A fiação, ou seja, a transformação da fibra depois de penteada em fio, foi registando uma evolução, com a passagem do processo manual, com roca e fuso, para outros mecanismos, como a roda de fiar.
Este exemplar é feito em madeira e apoiado em três pés, dois dos quais junto ao pedal, que é suportado por uma trave horizontal, e um outro mais avançado em relação à roda. Por pressão, o pedal transmite o movimento a uma travessa de madeira cuja extremidade se encontra ligada ao eixo de ferro que faz girar a roda e assegura o processo. A armação inclui ainda travessas superiores onde assenta o mecanismo de fiação e enrolamento do fio.
Com as mãos, Lúcia Fernandes Ferreira vai segurando o manelo que vai ser fiado, garantindo que a fibra entra, de forma continuada, no instrumento, até ser transformada em fio, que é torcido e enrolado na canela.
Fiar era um trabalho feito pelas mulheres, muitas vezes no convívio dos serões, depois de um dia de trabalho.