O processo de tecelagem é constituído por diversas etapas e instrumentos indispensáveis ao sucesso da operação. Mesmo a produção de tecido propriamente dita implica a preparação da trama e da urdidura e a sua colocação no tear. Ultrapassadas estas fases, que são bastante exigentes e requerem muita paciência e dedicação para que o produto final seja de qualidade, a arte desenvolve-se no tear.
É o que nos mostra Palmira de Campos Gaspar, de Várzea de Calde – Viseu, onde é possível encontrar muitas mulheres que se dedicam ainda à confeção artesanal de artigos de linho, lã e bordados.
Pela sua mão, a lançadeira que transporta a caneleira com o fio vai atravessando, na horizontal, os fios verticais da urdidura, criando, assim, a trama. Segue-se o deslizar do pente, outro elemento fundamental, formado por uma régua na qual se encontra uma fila de pequenas hastes verticais, que podem ser de diferentes materiais, por onde passam os fios da teia.
A cada passagem da lançadeira, os batimentos do pente, que soam como uma pancada forte, permitem conseguir o aperto pretendido para o tecido.