A história das Termas da Curia começa como a de muitas outras estâncias. Uma nascente de água borbulhante, que brota diretamente da terra, chama a atenção da comunidade, que, empiricamente, descobre as suas propriedades curativas. E estes ‘poderes’ terapêuticos, considerados quase milagrosos, rapidamente se espalham.
No caso da Curia, no concelho de Anadia, esse processo inclui também o papel importante um engenheiro francês. La Chapelle, que integrava os trabalhos ferroviários da Linha do Norte, em 1863, e padecia de uma doença de pele, ouviu falar da nascente e conseguiu debelar as suas maleitas com aquela água. Apesar da falta de grandes comodidades no local, iniciava-se assim a história que transformou as Termas da Curia numas das mais conhecidas na região Centro e em Portugal.
Cerca de quatro décadas depois, a Sociedade das Águas da Curia constrói o primeiro balneário e, em poucos anos, surge um estabelecimento termal moderno, com todas as infraestruturas necessárias. Em seu torno surgem hotéis e pensões, o Parque das Termas e outras intervenções que marcaram as primeiras décadas do século XX.
A fama da ‘cidade das águas’ chegou até aos nossos dias, com as águas mineromedicinais das Termas da Curia, de natureza sulfatada cálcica e magnésica, a serem consideradas “únicas no país”, como realça Maria Almeida, clínica geral, que quando se reformou passou a integrar o corpo clínico da unidade. As suas características tornam-se específica para o combate de problemas como ácido úrico, litíase renal e das vias urinárias; hipertensão arterial e doenças reumáticas e músculo-esqueléticas e problemas ao nível da pele.