Ambos os artistas compartilham um interesse no som, linguagem e voz, no ponto de intersecção onde as pessoas e lugares se encontram. Para o programa de Residências Artísticas de Nodar eles gostariam de se envolver num mapeamento experimental da rede das “Aldeias de Magaio”, focado na interligação entre as aldeias da região e os respectivos arredores. As aldeias rurais são muitas vezes consideradas como sendo isoladas. No entanto funcionam numa rede complexa de movimentos, passagens, tráfego de desejos e deconhecimento, envolvendo seres humanos, animais, fauna e flora.Toine e Myriam irão experimentar o movimento e as conexões das estradas com os caminhos alternativos ou secundários, abraçando os encontros acidentais no seu caminho. Isto levará a um trabalho sonoro e verbal, que pode envolver gravações sonoras, desenho, lidando com a elasticidade da distância e do tempo, a alternância de chegadas, partidas, transições, destinos, perdas, etc, numa paisagem em perpétuo movimento quando é atravessada.
Toine Horvers, é um artista visual que trabalha a linguagem com o texto, através de formas visuais, audíveis e performativas. Toine atribui à linguagem um caráter de ritual, para criar esculturas temporárias a partir da linguagem, um gesto no espaço eno tempo. Apresenta as descrições das suas observações de situações e processos do mundo à sua volta, em diferentes media: performance (a solo ou em grupo), livros escritos à mão, instalações sonoras ou exibição de texto electrónico. A voz desempenha um papel essencial nas suas performances, o solo é o instrumento que determina o seu lugar no espaço. Em projetos e performances mais expandidos, a voz é o meio através do qual pessoas e lugares podem ser conectados, às vezes num único espaço, às vezes através de longas distâncias
Myriam Van Imschoot (1969) iniciou a sua prática artística e performativa com palestras na forma de performances. Originalmente uma escritora, tem sido influenciada por artistas como Vito Acconci, o qual como poeta trocou a página por outros media. Nesse sentido, a artista olha para as passagens “escorregadias”, onde desliza em direção a outros campos de expressão, muitas vezes desconhecidos para ela. O trabalho artístico que desenvolveu ao longo dos últimos anos com a série “Expanded Publications” envolve diferentes media e respectivas potencialidades sensoriais, tais como a performance, vídeo, e instalação sonora. Myriam Van Imschoot é a artista responsável por Sarma (com Jeroen Peeters) desde 2003. Entre outras coisas, em 2010-2011 começou a explorar com o software online Vzw Constant, específico para publicação de áudio-documentação e poesia sonora.