Nascida em 1945, Maria Angélica de Aguiar, natural de Luso, trabalhava numa pensão, com um horário exigente que não lhe permitia ajudar a mãe, na altura doente. Assim, decidiu “pedir trabalho ao diretor clínico da época, o doutor Cid Oliveira” e conseguiu um lugar para o “balneário de segunda”, destinado às pessoas que não podiam pagar (e vinham com atestado a comprovar a insuficiência económica) ou que “tinham algum mal de pele”. As suas funções passavam por “dar água e fazer os banhos”.
Dois anos depois, passou para “o balneário de primeira”, onde continuou a dar a águas aos termalistas. A hidropinia varia de acordo com a prescrição médica, podendo ir dos 40 aos 120 gramas, sendo a água tomada em jejum, de 20 em 20 minutos. “E depois faziam um repouso de 30 minutos antes de poderem fazer uma refeição. Esse período serve para a água correr os canais ilíacos e limpar os rins e a bexiga. Também faz bem à tensão arterial”, salienta.
Os aquistas, conta Maria Angélica de Aguiar, “vinham de todas as zonas do país e até do país vizinho”, o que representava uma mistura de tradições e culturas. “Nunca viajei mas conhecia quase tudo através das pessoas e das fotografias que nos traziam, das histórias que nos contavam, dos olhos das pessoas e dos doces característicos de cada região”, realça, destacando que “tínhamos o dom de receber muito bem no Luso, desde os hotéis, às pensões e casas particulares”.
NODAR.01346 – Pelo olhar dos aquistas – Luso, MealhadaLuis Costa2022-11-24T20:11:06+00:00