O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, celebrando especificamente a entrada de Jesus em Jerusalém montado num jumento, começo do ciclo da paixão, morte e ressurreição do Senhor. A designação de “Domingo de Ramos” remete para o acolhimento de Jesus em Jerusalém, cidade de David, onde a multidão o acolheu como o Messias, estendendo mantos e cobrindo-o com ramos de árvores. Na tradição religiosa portuguesa, os fieis levam ramos de oliveira, palma, alecrim ou de outras plantas, para serem benzidos pelo Sacerdote e serem guardados até ao ano seguinte, dando proteção aos lares dos crentes. Os ramos benzidos são nomeadamente usados em situações de trovoadas, devendo nesse momento ser queimados uns poucos desses ramos (nas aldeias rurais colocando os ramos em cima das brasas da lareira) e ser rezada uma oração a Santa Bárbara: “Santa Bárbara se vestiu, Santa Bárbara se calçou, lá no meio do caminho Jesus Cristo encontrou. Para onde vais tu ó Bárbara! Vou espalhar a trovoada. Para onde não haja pão nem vinho, nem raminho de oliveira nem pedrinha de sal nem nada o que faça mal”. Nas aldeias rurais da Beira Alta é ainda comum os afilhados oferecerem um ramo benzido ao seu padrinho e à sua madrinha, de forma a que estes garantam o folar (na forma de iguarias típicas – como o bolo podre – ou de dinheiro) no Domingo de Páscoa.
Esta gravação realizada no dia 9 de abril, Domingo de Ramos de 2017 na aldeia Paços de Vilharigues (município de Vouzela), marcou igualmente o 89º aniversário da Sociedade Musical, Cultura e Recreio de Paços de Vilharigues.
Gravado e editado por Luís Costa.