Rita Rocha e Melo tem 60 anos e é natural de Lisboa mas há três que vive na Quinta das Lamas, às portas da vila de Vouzela.
Com um percurso muito ligado à reciclagem e reutilização, a peça que escolheu – uma escultura em madeira – é o resultado dessa forma de estar. Neste caso, trata-se de uma peça feita com raiz de cameleira numa base de carvalho e umas verguinhas a ajudar no suporte. “Fui buscar tudo à natureza e transformei numa peça decorativa”, sublinha a artista, para quem o reaproveitamento é essencial.
“Sou uma pessoa prática e faz-me confusão deitar coisas fora. Como fazia reciclagem de objectos úteis, dando-lhes uma vida diferente, e a quinta tem imensa madeira, pensei aproveitá-la para criar peças decorativas”, explica Rita Rocha e Melo. E foi como se uma caixa de pandora se abrisse.
“De repente foi uma avalanche de ideias”, recorda. As criações deram origem a uma exposição no Museu Municipal, com 32 obras, com o mote “Recriar”.
“Esta minha obsessão pela reciclagem acho que vem um bocadinho daí. Há que aproveitar as coisas. Vivemos num mundo em que não é para usar e deitar fora. Se já não serve para uma função vamos tentar que sirva para outra. E foi um bocadinho nesta base que toda a vida trabalhei”, conclui.