Maria Palmira Sousa, de 69 anos, escolheu um Santo António em argila, oferecido pelo marido quando esteve doente. Uma das curiosidades, além do seu valor afetivo, é o fato de ter duas imagens do Menino Jesus. “Mais tarde, passei na loja e o artesão fez-me mais dois, que coloquei na Igreja de Santo António, em Pádua, e outro no Museu de Santo António, em Lisboa”, revela.
Esta estátua em concreto viria a dar origem a uma coleção. “Tornei-me padroeira de Santo António e colecionadora também. Devo ter uns 52 ou 53 exemplares”, conta. Hoje em dia, como o espaço começa a ser menor, já só adquire imagens se forem “especiais”, mas guarda todas que são oferecidas pela família e amigos para assinalar momentos festivos.
Embora não fosse muito ligada à Igreja ou à religião, Palmira Sousa explica que num “momento de maior aflição”, como foi a sua doença, que a deixou mias vulnerável, “agarramo-nos a algo que está superior a nós”.
No seu caso, foi a imagem de Santo António. “Estabelece uma ligação com o divino e pelas suas qualidades de missionário, é uma figura que admiro e que foi muito importante”, explica. Por outro lado, como passou a sua vida praticamente em Lisboa, onde o santo tem festa própria, com vertente religiosa e cultural, fez ainda mais sentido.