Maria da Conceição Ribeiro, de 76 anos, nascida e criada em Vouzela, leva-nos pelo mundo da maternidade, que lhe traz “muito boas recordações”.
O ponto de partida é uma camisa que costurou para o filho mais novo, há 53 anos. Foi estreada aquando do nascimento do bebé, a 29 de agosto, um dia de muito calor.
“Com esta camisinha e a fralda ficava um autêntico boneco, “loirinho e de olhos azuis”, sublinha, explicando que, como “na altura não havia nada para bebé como há agora”, aproveitou o seu jeito para a costura e fez algumas peças para o enxoval dos filhos.
“Paciência” era uma dos ingredientes principais, mas isso nunca lhe faltou. “Comprava-se um bocadinho de pano de lençol, que já havia a vender, e finalizava com umas rendinhas de algodão”, conta Maria da Conceição Ribeiro.
Este é um gosto que lhe vem de nova, uma vez que “quando andava na escola primária já queria aprender a bordar”. “Antigamente, só os rapazes prosseguiam os estudos, eu fiquei em casa e fui aprender costura e bordados. Coincidiu, mais tarde, casar com um alfaiate, pelo que se juntou o útil ao agradável”, acrescenta, realçando que se manteve ligada ao ramo, mesmo quando nasceram os filhos. A verdade é que, ainda hoje, pela vila e no concelho, ainda há peças feitas por si.