Manuel Loureiro Rodrigues, natural de Santiago de Besteiros – Tondela, onde nasceu em 1953, não esconde as saudades que sente do caminho-de-ferro, um setor que conhece bem.
Quando regressou de Angola, onde esteve na tropa até 1974, como voluntário, concorreu para diversas áreas e a primeira chamada que recebeu foi, precisamente, dos comboios.
Dessa época guarda a corneta com que os Chefes de Estação davam ao maquinista a indicação de que o serviço de tomada e largada de passageiros estava concluído e de que este poderia arrancar.
Manuel Loureiro Rodrigues esteve 10 anos na Estação do Rossio – onde se faziam as carreiras Sud Expresso, Lusitânia e de outros comboios internacionais, o que lhe permitia, como falava Inglês e Francês, conviver com muitos estrangeiros – e passou, depois, pelas linhas do Vouga, que totalizava 74 pontes de Aveiro a Viseu, e do Douro. Em 1980, ainda viria a tirar o curso de maquinista.
“Gostava de andar, não de estar parado. Por isso é que tenho saudades”, sublinha Manuel Rodrigues, que encarou com mágoa o encerramento do caminho-de-ferro na região de Lafões, na década de 90 do século passado, por se tratar de um “motor de desenvolvimento de qualquer país”.