A imagem da mãe, de cantarinha à cabeça, com a ajuda de uma rodilha, nas idas e vindas da Fonte da Nogueira, faz parte das recordações que Lucinda Carreira, de 77 anos, natural e residente em Vouzela, mantém presentes.
Também por isso, escolheu um cântaro de água, um exemplar como aqueles que eram usados na época da sua meninice, em que não havia água canalizada em casa e as fontes eram ponto de encontro privilegiado.
“A vida era difícil mas feliz”, recorda Lucinda Carreira. Estudava-se à luz da candeia e os filhos mais velhos tomavam conta dos mais novos enquanto os pais trabalhavam ou fabricavam a terra. No entanto, findos os compromissos escolares, a Rua da Ponte enchia-se de brincadeiras de crianças.
Também a vila tinha muito movimento, como os hotéis e as pensões Jardim, Marques ou Serrano. “Havia muita vida”, garante.
Num percurso dedicado a cuidar do próximo, Lucinda Carreira serviu até aos 30 anos em Vouzela e trabalhou, depois, como auxiliar no bloco operatório do Hospital de Viseu, uma experiência “muito enriquecedora”, tendo terminado a carreira no Centro de Saúde da sua terra Natal.