Uma fotografia pode ser a peça que faltava para completar um puzzle. Foi o que aconteceu com Maria de Fátima Duarte, de 70 anos, residente em Paços de Vilharigues – Vouzela.
O retrato perpetuou a memória de grande parte da sua família materna, um núcleo numeroso, de Rebordinho – Campia, que não chegou a conhecer, e inclui, de forma especial, a avó Camila.
Segundo as recordações que lhe chegaram, a avó Camila casou cedo, tendo sete filhos quase de seguida. E quando, aos 30 e poucos anos, ficou viúva, na sequência de um acidente de trabalho que vitimou o marido, deixou de ter condições para cuidar das crianças que faltava criar e ficou mentalmente muito afetada. Algum tempo depois, desapareceu e viria a ser encontrada já sem vida.
“Há poucos anos, a fotografia veio parar-me à mão, por acaso, e pude dar feições às histórias que ouvia contar”, conta Maria de Fátima, explicando que a vida da avó Camila, apesar de envolta em tragédia exercia, simultaneamente, em si um grande fascínio.
A sua mãe, sendo uma das filhas mais novas, acabou por ter também uma vida difícil, tendo crescido num asilo, em Viseu, até vir servir para uma casa em Oliveira de Frades, onde acabaria por conhecer o seu pai, de Paços, e constituir família.