Esperança Laborim, de 75 anos, nasceu no Porto, onde é a sua morada principal, mas tem uma pequena quinta de férias em Vouzela, concelho pelo qual se apaixonou desde que, “quando era nova vinha fazer férias”.
Ao seu percurso fica ainda ligada esta caneca. “É o símbolo da minha vida”, frisa, contando que “era pequenina quando tomava leite por ela, com canela, em casa dos avós”. Como a avó era professora, foi lá que passou a infância.
“Tem uma grande parte da minha infância, com recordações que são insubstituíveis”, garante, adiantando que, sendo neta única, era muito mimada e um autêntico “bibelot”.
Além dos avós e de uma tia, na casa vivia Aurora, a criada, que sofreu sequelas de poliomielite, o que fez com que não crescesse tanto como devia. “Identificava-me muito com ela e ficava muito feliz quando a minha avó me dava prémios que eram ir com a Aurora ao leite, comprar o milho para as galinhas ou lavar os lencinhos”, sorri “Esperancinha”.
Mais tarde, tirou o curso de enfermagem, casou, mas nunca perdeu os laços com os quatro. “Fui eu que tomei conta dos quatro e ia colmatando as necessidades que fossem aparecendo”, recorda, com nostalgia.