A história de Maria Amélia Costa, natural de Oliveirinha – Aveiro e residente em Paços de Vilharigues – Vouzela, está, de forma quase intrínseca, ligada a uma mala de cartão.
Tinha pouco mais de cinco anos, quando um problema de saúde obrigou a que fosse ao hospital, de onde saiu com a recomendação de ser operada. Aproveitando a ida à cidade, a sua mãe fez questão de tirar-lhe uma fotografia e de comprar algumas roupas que, na viagem seguinte para fazer a cirurgia, já foram guardadas na estimada mala.
Dada a sua tenra idade e o risco de romper os pontos com as brincadeiras inerentes à mesma, o médico decidiu adiar a decisão para quando fosse “mocinha e pensasse em casar”.
Quis o destino que fosse para Luanda, onde viria a conhecer o marido, onde fez questão de procurar acompanhamento para a sua situação clínica. A mala, claro, viajou consigo e acompanhou-a, também, com as roupinhas de bebé, quando ambos os seus filhos nasceram na Casa de Saúde de Luanda.
No regresso a Portugal, na sequência do 25 de abril, este “tesouro com cerca de 65 anos”, que começou associado a um caso triste mas acabaria por trazer-lhe “sorte”, veio também. Hoje, é uma mala que guarda recordações de família, trabalhos e contos que Maria Amélia escreve.