00:00 [Rego] Há um rego muito grande lá em cima – Ao pé da casa em cima, baixinha com uma telha amarela passa lá um rego grande que começa na última levada de Vila Nova de Paiva – Apanha a água do rio – O rego já é muito antigo, do tempo dos seus avós ou bisavós – Era tudo cultivado com essa água da levada, do açude. 00:59 [Divisão da água] [Rego] A água vinha a eito – Havia um senhor que se chamava ? que tomava conta – começava neste terreno onde está a igreja – Da igreja vai um rego para baixo até à outra ponta e rega tudo – Quando chove, na capelinha há outro rego que acaba de regar as terras de Fráguas – Cada pessoa tem a sua água para o seu terreno.
01:49 [Água] [Levada] [Rego] [Sistema de Rega] A três quilómetros da ponte de Vila Nova de Paiva há a levada do concelho – Levada quer dizer um grande açude do concelho – É de Vila Nova de Paiva mas pertence a Fráguas – Todos os anos no dia 25 de Abril há um rego que vem dessa levada regar os campos de toda a povoação – Agora já rega pouco porque está tudo velho – Rega tudo a eito – As pessoas antigas tapavam o rego – Ela na sua mocidade também o tapou – Tapou durante 10 anos a 200 contos cada ano mas só durante 3 meses, desde o dia 1 de Maio até o dia 8 de Setembro – Tem que pôr a água à sexta e sábado e no dia do seu descanso, não se tapa- Trazem a água e fazem por etapas, nos regos, tudo a eito – Se a água está em tal parte as pessoas vão lá buscá-la e depois mudam a água de sítio – Até que a água dá a volta ao povo – Começa-se novamente depois à segunda- feira – Sexta e Sábado pode cada um ir tapá-lo e fazer o que quiser – A pessoa que tapa descansa – Não foi só ela, várias pessoas antes dela taparam, o seu avô e os mais antigos – dos novos é ela a principal.
A descrição do sistema de rega dos campos e das regras de “virar” a água evidencia a importância ancestral do rio Paiva para as populações ribeirinhas destas aldeias de planalto.
Gravado com Edirol R-44 e um microfone parabólico Tellinga PRO 7.