A produção artesanal de cal teve o seu apogeu entre o século XIX e início do século XX. Mas desde tempos ancestrais que a indústria desempenhava um papel relevante na economia. Na aldeia de Alvorge existe ainda um forno de cal que se acredita ser do período romano, nomeadamente do século II, do tempo do Imperador Trajano, uma vez que nessa época aqui existiria uma torre e um povoado romanos.
Jaime Tomás, sexagenário e habitante local, conduz-nos pelo Vale do Forno, ao encontro desta infra-estrutura, onde é visível já alguma degradação, fruto do passar dos anos.
A produção de cal obrigava a métodos rigorosos. Na base do ‘poço’ era colocada a lenha que serviria de alimento ao calor e, em redor da estrutura, a pedra calcária. Fechava-se o equipamento, deixando-se apenas uma fresta para alimentar a fogueira, que tinha de manter uma temperatura estável, e outra para a saída do fumo. Conta Jaime Tomás que durante cinco dias o fogo aquecia a pedra, sendo necessário outro tanto tempo para arrefecer.
A cal era depois vendida, com os mais antigos a usarem a fanga como unidade de medida.
O forno era depois todo limpo e o processo recomeçava.