A ambição de ter melhores condições de vida levou, na década de 70 do século passado, António Fernandes até França, incentivado por um cunhado.  

Foi de salto, sem documentação, com um passador a quem pagou pelo serviço. De Nodar saiu de camioneta até ao Porto, onde apanhou o comboio para Chaves. Aqui, juntamente como um grupo de cerca de 15 pessoas, passou a pé a serra até Espanha, tendo pernoitado numa estalagem, e apanhou nova camioneta até ao destino: o Departamento 51. 

Apesar das expetativas, a experiência não correu bem e não conseguiu a legalização, uma vez que o serviço estava encerrado. Passados três meses teve de optar: ou regressava ou tinha de ir à Bélgica tratar da documentação. Sozinho num país desconhecido, escolheu a primeira hipótese. 

De volta às suas raízes, investiu na agricultura e na pesca à rede no rio Paiva, atividade que manteve até ter sido proibida.