Almofala é uma aldeia e freguesia localizada no nordeste do concelho de Castro Daire, situada na confluência com os concelhos de Tarouca, de Moimenta da Beira e de Vila Nova de Paiva.

É uma freguesia que pertenceu em tempos ao extinto Município de Mondim da Beira e, mais tarde, ao Município de Armamar, até ser integrada no Município de Castro Daire, já no século XX. Almofala é atravessada pelo Rio Varosa, sendo possível perceber uma ligação geomorfológica com as terras de planalto da Beira Interior, evidenciada, por exemplo, pela utilização de gado asino para as tarefas agrícolas e de transporte e pela divisão dos terrenos agrícolas em pedra seca, bem diferente do que acontece nas vertentes mais íngremes da Serra do Montemuro, onde predominam as leiras em socalco.

O Rancho Folclórico de Almofala está integrado na Associação Cultural de Almofala, a qual foi fundada em 1979, tendo começado a sua atividade pouco tempo depois, embora com vários interregnos ao longo do seu percurso. Em 2019, tomou posse uma nova Direção da associação, a qual assumiu o desafio de revitalizar o respetivo rancho folclórico, colocando Almofala no mapa das aldeias do município de Castro Daire que têm ranchos folclóricos ativos e que mantêm vivas as tradições etnográficas e musicais locais. O grupo ensaia regularmente na antiga escola primária de Almofala e, de entre as suas modas, destacam-se “Encadeia”, “À entrada de Almofala”, “Senhor da serra” e “Malhão da saudade”.

ENCADEIA

Moda de roda.

Anda lá para diante
Que eu atrás de ti não vou
Não me pede o coração
Amar a quem me deixou.

Refrão
Encadeia meu encadeado
Não me aperta a mão
Que me estala o braço
Encadeia dá-me um beijinho
Encadeia dá-me um abraço.

Eu passei numa terra estranha
A pedir esmola ninguém ma deu
Eu hei de deixar escrito
À fome ninguém morreu.

Refrão

Ai aqui neste terreirinho
Meus sapatos hei de romper
O sapateiro é pobre
Ajudai-o a viver.

Refrão

Ai ajudai-o a viver
Ai ajudai-o a ser ladrão
Por me deitar meias solas
Levou-me um dinheirão.