A Granja é uma aldeia pertencente à freguesia de Mões, que está situada perto da confluência entre o Rio Mau e o Rio Paiva, fazendo fronteira com a freguesia de Pendilhe, do concelho de Vila Nova de Paiva. Como tal, é uma terra de transição com os planaltos da Beira Interior, o que se evidencia pela própria geomorfologia da paisagem, menos íngreme que a da Serra do Montemuro.

Este é, nomeadamente, território de produção de centeio e de azeite, espécies típicas de zonas mais quentes e soalheiras. Também é terra de pinhal, onde era comum a extração de resina. Como muitas terras vizinhas, especialmente das zonas mais áridas dos concelhos de Castro Daire, Sátão e Vila Nova de Paiva, a Granja sofreu, de forma acentuada, o efeito da emigração, o que pode ser constatado pela presença de muitas casas de proprietários outrora ou ainda emigrados em países como a Suíça, Alemanha ou França.

O Rancho Folclórico da Granja foi fundado em 1984, no contexto do Grupo Desportivo e Recreativo da Granja, tendo efetuado múltiplas atuações até 2000. Depois de um par de anos de interregno, retomou as suas atividades, sendo atualmente composto por cerca de quarenta elementos oriundos da Granja e de outras aldeias vizinhas.

O rancho dispõe de dois espaços para apresentações e ensaios, um no pavilhão multiusos existente na aldeia e outro na antiga escola primária, retratando no seu espólio de trajes tradicionais e objetos etnográficos antigas profissões como as de pastor/a, ceifeiro/a ou resineiro/a. De entre o reportório de modas que o Rancho Folclórico da Granja apresenta, destacam-se “Rendeiras”, “Ceifeiras”, “Linda rosa”, “Ribeira Nova” e “Revela”.

RENDEIRAS

Além do despique entre rapazes e raparigas, esta moda mostra o brio e a dedicação das pessoas ao trabalho da renda.

Mulher:
Sou rendeira vendo rendas
Levo metro a tostão
Levo saias entre meias
Também levo o meu calção
(Bis)

Refrão
Estas é que são as saias – Mulher
Estas calças e que são – Homem (Bis)
São cantadas são bailadas – Coro
Na noite de S. João – Coro (Bis)

Mulher:
Na noite de S. João
Muita pancada apanhei
Por causa das alcachofras
Que no meu amor deitei
(Bis)

Refrão (Bis)

Mulher:
Na manhã de S. João
Eu parti a cantarinha
Deixei os cacos na fonte
Não levei água fresquinha
(Bis)

Refrão (Bis)