Jorge Pedro Almeida Ferreira nasceu a 21 de junho 1966 na freguesia de Ribolhos, concelho de Castro Daire. O gosto pela cerâmica vem desde a época em que era criança. Tinha familiares que eram oleiros de profissão, mas o gosto pela arte de moldar o barro surgiu mais tarde, e foi-lhe transmitido pelo seu tio avô o mestre Albino, um dos pioneiros da arte cerâmica de Ribolhos e depois pelo mestre Zé Maria, o mais conhecido dos oleiros do barro negro de Ribolhos.
Jorge Ferreira trabalha o barro de uma maneira muito tradicional. As peças que faz são o mais rudimentares possível para mostrar como os oleiros trabalhavam o barro há 100 ou 200 anos, mas também devido ao facto de o barro de Ribolhos ser um barro pobre: tem pouca plasticidade e é muito espesso e por isso não se molda facilmente. As ferramentas que usa para criar as suas peças não são muito sofisticadas. Qualquer coisa é válida para trabalhar o barro como por exemplo, uma colher de pau e uma faca, que são as que mais usa e que têm uma grande utilidade. A roda de oleiro também nunca pode faltar. O oleiro cria as suas próprias ferramentas tendo em conta a peça que quer fazer, mas a ferramenta mais importante que um oleiro tem, são as mãos.
Hoje em dia as peças de barro mais conhecidas de Ribolhos são os bonecos de barro negro e são estes bonecos que Jorge mais gosta de fazer, dá-lhe liberdade de criação, a peça vai surgindo de acordo com a sua imaginação. Jorge Ferreira, trabalha o barro não por necessidade, mas por paixão e para preservar e dar continuidade à tradição do barro negro de Ribolhos.