A hortelã – usada na canja ou em chá para matar as lombrigas – e a cidreira em infusão para os males de barriga das crianças estão entre as ervas que Maria José Aideira enumera e que são usadas, na tradição popular, para fins medicinais. Mas as mezinhas não se ficam por aqui, garante a habitante de Sequeiros, no concelho de São Pedro do Sul.

São também exemplos rituais como rezar ao aberto, erguer a espinhela ou as orações para afastar o quebrante. Quando os bebés não conseguem dormir, é comum virar os pés para a cabeceira da cama, por causa do mau olhado, conta-nos ainda.

Os males do gado encontram igualmente solução na cultura popular. “Para os animais, a gente tem de ir a pessoas que façam rezas”, nota Maria José, explicando que quando as vacas parem e têm o ubre grande e este é invejado, fica duro. É, então, necessário “talhar a dada, a mamite que as atinge”. O ritual é repetido durante três dias, usando-se igual número de podas de videira e um bocado de lama.