As ladainhas também conhecidas como litanias, do grego litanea, que significa oração pública, são preces breves e insistentes na forma de responsório, nas quais o povo responde a invocações de um pároco com uma aclamação: geralmente “rogai por nós” (ou até aos anos do Concílio Vaticano II, com a versão latina ora pro nobis).

Nas aldeias rurais portuguesas, as ladainhas são realizadas em procissão, normalmente entre aldeias da mesma paróquia ou da igreja ou capela das aldeias até lugares com uma simbologia sagrada, como montes, eremitérios ou cruzes de caminhos. As ladainhas têm fins precisos, como inverter situações de seca ou de tempestade, pedir para que os cultivos fossem protegidos, ou para que a guerra não atingisse o país (como aconteceu durante a segunda guerra mundial).

As ladainhas mais recorrentes em Portugal são a Ladainha de Nossa Senhora (ou ladainha lauterana) e a Ladainha de todos os Santos (em latim: Litaniae Sanctorum), uma invocação à Santíssima Trindade, um pedido de intercessão da Virgem Maria, dos Anjos e todos os mártires e santos mais importantes da Cristandade.

Esta ladainha foi realizada no dia 11 novembro de 2017 em Manhouce, por iniciativa do Exmo. Padre Cristovão Cunha e da Exma. Profª Isabel Silvestre, na sequência dos dramáticos incêndios que assolaram a região de Lafões em Outubro desse mesmo ano, sendo que os fieis participantes pediam que a chuva viesse rapidamente e que fosse abundante, o que de fato veio a acontecer no inverno e primavera de 2018.

Gravação de Liliana Silva e Manuela Barile. Edição de Luís Costa.