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[São Macário] Encontrou a mulher no caminho (…) às costas. Então a mulher disse, “São Macário, para onde é que vais?”.De onde é que tu vens? Eu fui buscar uma lenha e fui levar roupa à tua mãe e ao teu pai que estão na nossa cama deitados.

03:07  [São Macário]  Ele não estava deitado debaixo da fraga… São Macário era uma pessoa, diziam, é santo, e levava o lume nas mãos e não se escaldava (…) de Macieira para cima (…)as terras mais perto de São Macário (…)uma vez pecou (…) olhou para as pernas de uma rapariga e escaldou-se (…)

03:33 [São Macário] E agora nós vamos adorá-lo.

03:37 [Luís Costa] O video que vamos ver, diz respeito ao trabalho de campo, e à apresentação dos trabalhos dos alunos de Arquitetura da Universidade Católica de Viseu. Estes cerca de 40 alunos tiveram dois dias na aldeia de Macieira, freguesia de Sul concelho de São Pedro do Sul. Estes alunos pensaram sobre a aldeia, sobre o potencial da aldeia em vários domínios, uma aldeia que está como muitas outras do maciço da Gralheira, num processo de transformação, processo humano, processo por um lado de envelhecimento, também o aparecimento de novas atividades, novas pessoas.

04:25 E os aspetos construtivos da aldeia refletem precisamente isso. E então estes alunos propuseram várias soluções para alguns dos espaços, para algumas das estruturas das aldeia. No fundo tentar reativar um sentido de mudança, um sentido crítico em parceria com a Binaural – Associação Cultural de Nodar, uma associação que se dedica desde 2006 à criatividade em espaço rural, à criatividade contemporânea, portanto esta parceria com o curso de arquitetura da Universidade Católica de Viseu é também uma outra forma de aplicar a criatividade.

05:06 Neste caso um um sentido de utilidade perceptível pelas comunidades, é evidente que os projetos, os esboços que os alunos desenvolveram, não terão necessariamente aplicação prática, o que não quer dizer que não poderão servir de uma base interessante para a transformação efetiva de alguns dos espaços como por exemplo a escola primária de Macieira e um espaço na aldeia para um possível núcleo museológico dedicado ao santo São Macário e ao trabalho da Binaural no âmbito audiovisual.

05:45 Por último e antes de ver o filme é importante referir que aqui ao nível do Maciço da Gralheira, uma série de entidades acabaram por se associar a esta iniciativa, desde logo nós, a Binaural Associação de Nodar que produzimos esta residência e este workshop, mas também obviamente a casa recreativa Macierense, a associação local aqui da aldeia de Macieira, que sugeriu e acopmanhou inclusivé o grupo.

06:13 A junta de freguesia de Sul, e a associação aldeias de Magaio, portanto um conjunto de pareceiros locais que se relacionaram com o mundo académico no sentido de tentar pensar possíveis transformações positivas que gerem um circulo virtuoso positivo para este contexto rural.

06:35 O meu nome é António Carvalho, sou o diretor adjunto do curso de arquitetura da Católica em Viseu. Estamos aqui com os alunos na aldeia de Macieira a convite e em parceria com a Binaural para realizar um workshop. É um workshop de intervenção na aldeia, portanto num ambiente rural de montanha, uma realidade com a qual não trabalhamos habitualmente no curso porque acabamos por trabalhar situações mais urbanas.

07:08 Tem um grande interesse para nós nesse aspeto. Como complemento e integrado no workshop, a associação recreativa de Macieira, pretende também fazer a recuperação deste edifício da escola primária. É um edifício que realmente merece recuperação. Tem uma localização muito interessante, aqui na encosta, com uma vista desafogada sobre o vale, Na proximidade tem o tanque que facilmente pode ser transformado numa piscina, e uma das ideias da associação é que possa vir a ser transformado o edifício num equipamente de alojamento.

08:03 Para jovens ou não, alojamento temporário que possa receber visitantes, é claro que para isso precisa de transformações profundas como se vê pelas paredes e pelo teto da sala e o salão de aulas, há aqui grandes infiltrações na cobertura até porque está muito arruinada, obviamente a mesma questão se colaca nos pavimentos, etc, mas o mais importante é que estrutura existe, o local existe e portanto com obras de intervenção elementares será possível reabilitar o edifício.

08:48 Nós vamos contar com a parceria de um dos patrocinadores do curso que é a empresa CS, Coelho da Silva que é um dos principais fabricantes de telha do país, eles são patrocinadores do curso e vão patrocinar também a intervensão no telhado. No entanto neste momento não foi posssível fazê-lo em paralelo, em simultâneo com o workshop, porque o telhado como se pode ver nas imagens está muito arruinado e precisa de uma intervenção prévia a nível da estrutura.

09:24 Ou seja, nestas questões, e é isso que para os alunos também é importante e já lhes foi explicado, acabaram de ver aqui no local essa situação, o ripado precisa ser subtituído, tem que ser um ripado ajustado à dimensão da telha que for escolhida, a chamada telha portuguesa ou telha tipo lusa, tem que ser ajustado para que cada telha apoie na ripa da dimensão certa e para que tudo fique bem encaixado para que não haja deslisamentos de telhas nem infiltrações de águas.

10:06 Porque caso contrário, a substituição simples das telhas não serveriria de muito porque as infiltrações iam continuar a acontecer. Daí que essa fase mantém-se, a disponibilidade da empresa mantém-se para apoiar nesse fronecimento e colocação, mas vai ser necessário primeiro proceder a uma intervenção na estrutura da cobertura e nós teremos todo o gosto enquanto curso de aquitetura em colaborar com a associação e encontrar forma de esse trabalho prévio ser feito.

10:48 Para os nossos alunos, no âmbito deste workshop, é obvio que este é um dos edifícios chave, digamos, na intervenção, e na visita a toda a aldeia, é claro que este é um ponto importante e as ideias de cada equipa começam já a surgir, veremos no final na exposição dos trabalhos e na apresentação dos powerpoints e das maquetes, e dos paineis.

11:26 Bom dia, a todos os que participaram no workshop e aos restantes… o nosso workshop foi na aldeia de Macieira, chama-se Sexto Sentido, tens estes três pontos de referência que nós achámos importante referenciar, sendo o de Macieira, onde está escrito, a cidade localy da zona que é São Pedro do Sul, que já tem alguma força turística por causa das termas, e ali aquele terceiro ponto perto de Macieira é a Serra de São Macário.

12:08 A aldeia de Macieira tem esta imagem em planta, temos um ponto do lado poente e depois temos o grande núcleo da aldeia que tem esta fisionomia, e é uma das características desta aldeia, e de quase todas da zona, que é o grande declive que apresenta. Nós, o nosso grupo começámos por concluir que esse declive era propício ao passeio, e as próprias ruelas e a maneira como iamos descende de cota ia-nos dando novos pontos de vista e novos pontos de referência ao longo da aldeia.

13:04 Concluímos que havia alguns pontos de referência a nível arquitetónico apesar de arquitetonicamente não acharmos que fosse muito relevante, em relação a outras aldeias mas tem alguns pontos como a escola, a casa do padre com as suas grandes vigas de madeira e as arcadas, e a casa de São Macário, a igreja e o próprio cemitério que também é muito peculiar.

13:33 Faz desta aldeia uma aldeia muito caracteristica e então buscando a ideia dos sentidos é uma aldeia muito sensorial e ao longo de todo o percurso que fizemos temos esta perceção sensorial de todos os sentidos e de tudo o que nós podemos fazer.

14:00 Criámos então alguns pontos que agora vamos explicar mais à frente, pontos que nos vai levar a essa busca dos sentidos. Esta é uma frase de São Macário, quem bem faz para si o faz, quem mal faz para si o faz, ou seja, isto é quase a permissa da nossa proposta que remete para quando nós chegarmos à aldeia, as pessoas, visto ser uma aldeia com uma população já envelhecida, disseram-nos que os jovens eram três abaixo dos quinze anos, por isso são pessoas com grandes características tradicionais, rurais, e por isso acho que toda a gente se sentiu muito bem recebidos…

14:50 …naquela aldeia, e foi isso que nos fez fugir ao programa,  e questioná-lo, aqui são algumas das sensações representativas, aquelas que estão no perfil a cima, que nós nos fomos apercebendo, esta aqui por exemplo, do tato, e qualquer turista que não seja desta zona, das zonas mais rurais não está habituado a este tipo de textura, a este tipo de … diria quase sentimentos.

15:28 Temos aqui também o paldar, e nós com a nossa proposta…aqui temos a caruma, a sensação… o som, de calcar a caruma, qualquer que seja a época do ano, algumas vezes mais molhada, algumas vezes mais seca, e então nós temos aqui a planta de pontos de interesse, …aqui não dá para ver…

15:52 Muito bem, basicamente nós fizemos a nossa análise com os pontos de interesse que nós tinhamos…sendo… o azul …as fontes, o verde… as árvore, e o laranja…os pontos de referência. Esta planta deu origem à planta sensorial, chamamos-lhe nós assim, com todas as características que nós podíamos encontrar, nós fizemos aqui uma aproximação…as letras ficaram um pouvo tremidas…

16:35 Nós basicamente temos estes pontos de interesse e esta iconografia para conseguir sintetizar. A nossa proposta em cada ponto que achassemos mais importante, que tivesse arquitetura ou algum ponto de sensação, nós optámos por fazer um ponto de interesse, a nossa proposta basicamente são momentos ao longo do edifício.

17:06 …da aldeia, tornando a aldeia um museu vivo. Podemos sentar-nos quando for para alguma vista, pode-se olhar, neste caso pode ser quando tivermos algum tipo de gestação, que queiramos comer ou tocar. Alguns elementos são só de passagem, e nós podemos passar por eles, e remete-nos para o percurso. O edificado que nós temos identificamos como ruínas, fazer al17:53