Profundamente ligada às suas raízes, foi com receio que Margarida Martins partiu para Lisboa em busca de melhores condições de vida, uma experiência que viria a revelar-se muito positiva.
No entanto, as suas memórias remetem para o mundo rural, na aldeia de Macieira, onde nasceu, e para o cultivo da terra, de onde se habituou a tirar o sustento da família, tal como já acontecia com os seus pais.
Da horta provinham os alimentos essenciais, como o milho, a batata, o feijão ou a hortaliça, enquanto os porcos ajudavam a compor a base da alimentação. Depois de criados, eram mortos nos meses de frio e seguia-se a desmancha, com o auxílio de três ou quatro mulheres, que ajudavam a limpar, lavar as tripas e a encher o fumeiro. O resto da carne era preservada na salgadeira e tinha de render para todo o ano.