A povoação do Ribeiro, União de Freguesias de Fataunços e Figueiredo das Donas (Município de Vouzela) beneficia de um ecosistema bastante interessante: abundância de água, coberto florestal de árvores autóctones (castanheiros, carvalhos, amieiros, salgueiros, choupos, etc.) e um nível médio de humidade, especialmente noturna, superior ao de outras aldeias da região.
No início de setembro, depois de algumas chuvadas intensas, as noites ficaram húmidas para a altura do ano. Numa dessas noites, surpreendentemente surgiu o piar das corujas do mato, as quais costumam ouvir-se na região um pouco mais tarde, a partir de finais de outubro/inícios de novembro.
A coruja do mato, ou coruja-cabreira ou cravo do monte (Strix Aluco, Linnaeus, 1758) é uma ave noturna presente em grande parte do país, especialmente em zonas florestadas e manifesta-se sempre depois do pôr do sul, principalmente, no outono, inverno e início da primavera.
Tendo apenas ouvido o seu piar de duas notas, a primeira simples e a segunda tremulada, sabemos, no entanto, que a coruja do mato é castanha com manchas mais claras, tem um tamanho médio, asas curtas e arredondadas e um disco facial bem marcado com olhos grandes e pretos. Quanto em voo, nota-se bem o seu tom acastanhado, o que permite distingui-la da coruja-das-torres, e as asas relativamente curtas e arredondadas, o que a distingue do bufo-pequeno e da coruja-do-nabal.
Gravação efetuada e editada por Luís Costa com gravador digital Zoom H4n e um par de microfones binaurais Soundman.