Telmo Antunes era Presidente da Câmara Municipal de Vouzela aquando da inauguração, em abril de 2002, da Casa dos Compartes de Rebordinho e Malhadouro, “uma obra da população”, em que a autarquia apenas comparticipou com as licenças. O antigo edil fala de “um dia de festa, a que a população se associou em grande número, e memorável”, por ter sido “posto à disposição um equipamento que está a ser utilizado ainda hoje com muita frequência”.

Esta é uma das Assembleias de Compartes que vê como um “um exemplo positivo”.

“Há Conselhos Diretivos que interpretam muito bem aquilo que é o bem comum, a salvaguarda do interesse público e que têm lutado efetivamente para que as suas populações tenham melhores condições de vida e têm até, inclusive, tido um papel muito importante na utilização daquilo que são os bens comuns, coletivos”, salienta, notando que os seus dirigentes “têm conseguido um conjunto de obras muito importantes para a povoação”.

Para Telmo Antunes, que tem acompanhado, de forma indireta, a evolução do setor, “há lutas que devem ser valorizadas, se forem ao encontro dos interesses da comunidade”. “Os Compartes podem e devem ser parceiros com as autarquias locais e as outras associações da região”, defende, salientando que, não havendo tomadas de decisão da Tutela para tornar o sector rentável, estes podem ser a salvaguarda para a regeneração da floresta, a renovação dos espaços e evitar o seu abandono.

Por outro lado, alerta que “a participação nas assembleias gerais pode ser uma força galvanizadora e de atratividade para o território”. “Todos somos poucos. O futuro está nas mãos das pessoas e das pessoas à frente das instituições”, conclui.

Entrevista realizada no âmbito do projeto “A Valorização dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro”.

Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.