Terra de gente boa, que se dava bem e se entreajudava, quem chegava a Vermilhas, por exemplo das aldeias circundantes para servir nas casas mais ricas, já não queria sair. A única rivalidade, graceja José Moita, era mesmo com a povoação vizinha do Carvalhal.

O ano era vivido pelo ritmo do trabalho no campo, destacando-se esta terra pela riqueza da pastorícia e pelos terrenos férteis. Nos meses de dezembro e janeiro, ia-se para a serra cavar o solo, à enxada, para no verão ser semeado o centeio. A este cereal juntava-se o milho e a batata, que iam contribuir para a alimentação das famílias.

Já à volta do ribeiro encontravam-se os lameiros, onde, no verão, se encontravam a erva e o feno que, depois de cortados à gadanha, se guardavam para os animais.

“Havia trabalhos duros, mas como havia muita gente, fazia-se tudo”, explica.

As distâncias transpunham-se a pé, mesmo com o gelo e a neve que cobriam os caminhos nos períodos mais rigorosos do inverno, e ia-se à Capela de São Barnabé para pedir sol ou chuva, de acordo com as necessidades das culturas.

Estas são algumas das recordações marcantes para José Moita, que não esquece ainda a alegria que se vivia e que ficou perpetuada no Rancho Folclórico de Carvalhal de Vermilhas, renascido em 2013, após alguns anos de inatividade.