A vida profissional de Fernando Morgado foi dedicada às Finanças, mas viriam a ser as ondas radiofónicas – desde o dealbar das emissoras piratas – a conquistar um lugar de destaque no seu coração.

Pela mão do dr. Telmo Teixeira, foi uma das vozes emblemáticas da Rádio Vouzela, onde esteve cerca de 30 anos, e foi atrás do microfone que teve oportunidade de acompanhar e noticiar o que se passava na região. De gravador na mão, acompanhava as incidências da sociedade civil e era no mundo rural que se refugiava nos tempos livres.

Neste contexto, assistiu à reunião que marcou a constituiçao da Assembleia de Compartes de Rebordinho e Malhadouro, em Campia. Sem dominar bem a matéria, foi ouvindo os pareceres dos presentes, “as vozes contra e a favor” e, embora tenha saído do encontro “mais baralhado” do que quando entrou, o trabalho foi feito. Apesar das quezílias, destaca “pessoas inteligentes e educadas”.

“A ideia que tenho desta gente é que uma pessoa a conversar com eles aprende muito”, sublinha Fernando Morgado, que ficou impressionado com o facto de os habitantes defenderem “as terras como se defendiam a si próprios”, dando valor a cada parcela.

Entrevista realizada no âmbito do projeto “A Valorização dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro”.

Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.