Nos primeiros anos da década de 90 do século passado, António Mário de Almeida assumia os destinos da Junta de Freguesia de Campia. Quando os Comparte de Rebordinho entenderam por bem organizarem-se e assumirem a gestão dos baldios, ficou numa posição difícil, dividido entre o seu papel de autarca e o de morador na aldeia.
Embora não se tenha sentido constrangido, sentia a pressão do resto da freguesia, que não estava a favor da formação da Assembleia de Compartes, dado que Rebordinho tinha, já na época, dos maiores baldios, que representavam uma importante fonte de receitas para a Junta investir, incluindo em todas as restantes povoações.
Assim, para o responsável, a reunião de formalização dos Comparte e a eleição dos órgãos sociais, que mereceu a concordância da povoação, constituiu “uma nova etapa, uma nova fase da vida da povoação de Rebordinho”. “Foi positivo”, garante, ao mesmo tempo que destaca a importância de a comunidade poder gerir o que é seu.
Elogiando o trabalho que vem sendo desenvolvido, António Mário de Almeida considera que a construção de uma piscina comunitária e de um ringue desportivo para os mais jovens seriam ideias interessantes para o futuro da aldeia.
Entrevista realizada no âmbito do projeto “A Valorização dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro”.
Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.