NODAR.01986 – Emília Vieira da Cunha e Donzília Santos – Mexe mexe, minha casaca mexe (Nodar, São Pedro do Sul)

Os primeiros anos de atividade em contexto rural da Binaural Nodar foram marcados por um intenso trabalho de acolhimento de residências artísticas na aldeia de Nodar, local de origem dos fundadores da associação. Em abril de 2017, foram acolhidos três artistas norte-americanos Aaron Ximm, Dennis-Bathóry-Kitsz e Stevie Balch, formando estes dois últimos um casal, composto por um compositor contemporâneo e por uma agricultora, cozinheira e comadre, que criou a obra sonora e visual intitulada “Bread and Birth”. No âmbito do trabalho de campo, foram registadas doze canções tradicionais cantadas pela habitante de Nodar, Donzília Santos e por sua mãe, Emília Vieira da Cunha. Esta última era originária da aldeia de Santiago de Piães no concelho de Cinfães, tendo casado e vivido em Noninha, freguesia de Alvarenga (concelho de Arouca).

A moda “Em Nodar não há cravos” é um singelo hino da aldeia de Nodar que faz uma referência curiosa aos cravos que lá não existem. Como o Santo São Macário, cujo monte é próximo de Nodar, é conhecido na tradição popular por curar os cravos, ou seja os poros da pele entupidos com o sebo liberado pela glândula sebácea, pode haver uma associação subliminar entre a flor e esse “mal de pele”.

Mexe, mexe, minha casaca, mexe

Se o sapatinho me aperta
E a meia me faz calor;
Se o sapatinho me aperta
E a meia me faz calor;
O meu coração rebenta,
Se não me falas de amor.
E o meu coração rebenta,
Se não me falas de amor.

Mexe, mexe, minha casaca, mexe
Mexe, mexe, minha casaca fina
Mexe, mexe, minha casaca, mexe
Mexe, mexe, minha casaca fina.
Quanto mais minha casaca mexe,
Mais eu gosto de ser menina.
Quanto mais minha casaca mexe,
Mais eu gosto de ser menina.

Se o sapatinho me aperta
E a meia me está a apertar;
Se o sapatinho me aperta
E a meia me está a apertar;
O meu coração rebenta
Se não me quiseres amar.
E o meu coração rebenta
Se não me quiseres amar.

Mexe, mexe, minha casaca, mexe
Mexe, mexe, minha casaca fina
Mexe, mexe, minha casaca, mexe
Mexe, mexe, minha casaca fina.
Quanto mais minha casaca mexe,
Mais eu gosto de ser menina.
Quanto mais minha casaca mexe,
Mais eu gosto de ser menina.