Os pais de Zilda Cunha, nascida em Vila Franca, freguesia de Mões e concelho de Castro Daire, já viviam com algum conforto, numa casa “boa para a altura”. O pai era carpinteiro e a mãe fabricava a terra. Os filhos estudavam e ajudavam quando podiam.
Mais tarde, já casada, o seu marido, embora tivesse “um bom emprego em Viseu, recebeu o convite” para ir para o estrangeiro e decidiu experimentar. “Como gostou, ficou”, conta.
Esta aventura foi, assim, vivida em casal e, mais tarde, também a mãe de Zilda Cunha se lhes juntou, na Suíça.
Para aprenderem a língua, recorda a antiga emigrante, recorriam ao livro “O alemão sem custo”, que se dedicavam a estudar nas horas livres.
Na Confederação Helvética, onde “encontrou outras condições”, a sua experiência esteve ligada à restauração e à hotelaria – num dos casos, estava na cozinha como ajudante enquanto o marido servia às mesas – e nos dois últimos anos esteve na caixa de uma grande superfície.
“Sentimo-nos sempre bem e integrados. Ainda hoje temos muitos amigos na região”, conta, destacando que a emigração lhes permitiu um nível de vida que em Portugal não encontravam.
Ainda assim, decidiram vir por causa dos filhos, para frequentarem a escola em terras lusas.
O casal acabaria por adquirir o Café Central, em Castro Daire, onde esteve 23 anos.