Depois de o pai ter partido de Nogueira de Côta, no concelho de Viseu, com destino a França, Maria Fernandes, na altura com dois anos, juntou-se-lhe com a mãe. Frequentou a escola, entrou no mercado de trabalho e fez vida em Haute-Savoie.
O pai era canalizador e a mãe começou nas limpezas, tendo depois passado para um restaurante. Como todos os emigrantes, vinham nas férias a Portugal e os pais não esqueciam o objetivo de construírem a casa.
Maria Fernandes recorda que na região onde vivia encontrava-se uma comunidade grande de portugueses, que trabalhavam duro durante a semana e ainda faziam uns biscates ao sábado, aproveitando apenas o domingo para descansarem, conviverem e conhecerem o país.
Após 28 anos passados em França, e cansada de “fazer e desfazer as malas”, optou por regressar com o marido, após o nascimento do filho e depois de pesarem “os prós e os contras”. Pediram um ano sem vencimento até tomarem a decisão definitiva e, entretanto, tiveram mais dois filhos já em Portuga.
Hoje, 24 anos depois, realça que se trata de “culturas muito diferentes” mas faz questão de tecer largados elogios à terra que a viu nascer: “Nogueira de Côta é uma aldeia linda, rodeada pela natureza, que merece uma visita”.