Os 18 anos de João Silva, habitante de Nogueira de Côta, no concelho de Viseu, trouxeram-lhe a oportunidade da emigração. Um primo chamou-o e, em 1960, partiu de comboio, de Mangualde em direção a Pau, em França.

“Os primeiros anos foram difíceis”, recorda, embora o facto de trabalhar numa empresa pequena e onde havia mais gente da sua aldeia tenha ajudado na integração. Por outro lado, realça, apesar de ser uma língua diferente, “aos 18 anos aprende-se rápido”.

Nos tempos livres, aproveitava para ir de bicicleta visitar outros portugueses, como que para amenizar as saudades das origens.

Em 1965, a sua esposa juntou-se-lhe e o casal teve dois rapazes.

Com um percurso de sucesso na construção civil, incluindo um período passado em Annecy, João Silva já era, nos últimos anos, encarregado das obras.

Assim, foi com naturalidade que, quando a família decidiu regressar a Portugal “por causa das crianças”, se tenha estabelecido por conta própria, mantendo a atividade de construção civil durante mais de 30 anos.

A integração noutro país, a beleza da paisagem que o acolheu e as adaptações linguísticas – para o Francês quando emigrou e ao Português quando regressou às raízes – são outros dos pontos que marcam a sua experiência.