A paisagem da região de Lafões a contar-se e a cantar-se a si própria, como que a invocar um desejável recomeço subsequente à dor negra das cinzas. Que esse novo voo possa ser o de Fénix e não o de Ícaro. “Novo Cancioneiro da Paisagem” consiste numa série de quadros vivos que se pretendem desafiadores e cujas pontas são talhadas a palavras de uma dureza profética, a sons eventualmente prenunciadores e a paisagens sôfregas mas, ainda, dotadas de potência (re)vivente.
Ideia original, composição sonora, vídeo e voz: Luís Costa
Textos originais de João Brás, Pedro Vistas, Luís Seabra e Luís Costa
Interpretação musical: Diana Silva
Luís Costa é economista, curador de práticas artísticas contemporâneas, investigador e criador sonoro e media, educador e animador cultural em contexto rural e coordenador da Binaural/Nodar. É autor e editor de várias publicações sobre etnografia rural, arte e educação sonora como “Várzea de Calde: uma Aldeia Tecida a Linho”, “Memória Sonora da Cortiça”, “Três Anos em Nodar” e “Carvalhal de Vermilhas: Entre o Campo e o Céu”.
Pedro Vistas licenciou-se em filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, estudou línguas clássicas na Universidade Nova de Lisboa e especializou-se na vertente de ensino. Tem vindo a dedicar-se com regularidade à docência e à investigação, privilegiando as áreas da metafilosofia, da ontologia, da filosofia antiga, da filosofia da educação, dos estudos literários e da filosofia da espiritualidade.
Luís Seabra é um antigo aluno da École Normale Supérieure, pianista-compositor e autor franco-português. Escreveu dois romances, “F” e “S”, ambos publicados na editora francesa Rivages e, de acordo com um artigo publicado no jornal L’Humanité, Luís Seabra declina um “mundo sem saída no qual o império imperecível do papel deve contribuir para a grande narrativa geral do regime, um tema sempre renovado numa meditação original”.
João Brás é doutorado em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa e investigador no CLEPUL, da Universidade de Lisboa. É autor dos livros “A Importância de Desconfiar”, “Da Filosofia Inútil”, O Pensamento Insuportável de Emil Cioran e o O Mundo às Avessas”. Coordenou ainda o volume “Onésimo: Único e Multímodo”.
Diana Silva estreou-se aos oito anos na Sociedade Musical Vouzelense com a sua flauta transversal. Ao longo dos treze anos que fez parte da coletividade, percorreu o país em diversas festividades e concertos em salas emblemáticas.
Obra audiovisual composta ser estreada no Festival Ocupai de 2018, organizado na Praia Fluvial de Destriz (União de Freguesias de Destriz e Reigoso, Município de Oliveira de Frades) em 23 e 24 de Junho 2018.
Textos integrais disponíveis em https://archive.org/details/NovoCancioneiroDaPaisagem