Uma conversa entre o coordenador da Binaural Nodar, Luís Costa e a coordenadora do espaço de residências artísticas Amanei Salina, Elettra Bottazzi. Ambos discutem a história e a evolução dos seus projetos culturais, iniciados respetivamente em 2006 e 2005,  referindo a importância do envolvimento da comunidade local para enriquecer o contexto de criação artística e para  promover a colaboração entre artistas de diferentes origens. Os interlocutores destacam ainda a importância das relações humanas e do intercâmbio cultural internacional para enriquecer a sua comunidade e promover a diversidade artística. Sublinha-se a vontade de continuar a acolher artistas através de programas de residência e de ampliar a colaboração com outras realidades culturais. A conversa reflete sobre a importância de criar um ambiente acolhedor e estimulante onde os artistas e a comunidade local possam interagir, aprender e crescer juntos.

Luís Costa é um curador de práticas artísticas contemporâneas, investigador social, artista sonoro, educador e animador cultural em contexto rural, no contexto da associação Binaural Nodar. Coordenador do Lafões Cult Lab, um conceito de pesquisa e acolhimento artístico e de investigação social desenvolvido no território português de Viseu Dão Lafões, o qual já acolheu centenas de artistas contemporâneos e investigadores sociais de todo o mundo. Coordenador do Arquivo Digital Binaural Nodar, um projeto de pesquisa, catalogação e mapeamento sonoro e audiovisual da memória coletiva dos territórios rurais de intervenção da associação. É autor e editor de vários livros sobre património imaterial e sobre arte contemporânea em contexto rural, tendo apresentado o seu trabalho artístico sonoro e media em universidades, museus, espaços comunitários e locais “site-specific” de Portugal, Espanha, Itália e Uruguai.
Elettra Bottazzi é uma curadora, historiadora de arte, investigadora e arquivista italiana. Centrando-se numa abordagem interdisciplinar entre a antropologia, a história, a metodologia arquivística e os estudos linguísticos, a sua prática curatorial reflete sobre temas como a memória e a identidade nos mundos visíveis e invisíveis. Ela é curadora regular de exposições e projetos de arte contemporânea na Itália e no exterior, e seus textos foram publicados por Mondadori, Electa, Maurizio Corraini e Skira. Elettra Bottazzi é cofundadora e diretora artística da Amaneï, uma organização sem fins lucrativos e centro cultural com sede em Salina (Ilhas Eólias, Itália), que promove práticas de pesquisa territoriais através de programas de residênciaa artísticaa, atividades de envolvimento comunitário e atividades internacionais de intercâmbio.