O projeto de Christina Tsantekidou, “Paisagens Aquáticas de Pertença”, centra-se no profundo simbolismo da água como elemento fundamental que liga a vida humana, o nascimento e a migração. A água, com a sua presença universal nos nossos corpos e nas narrativas culturais, é o tema central deste projeto. Ao explorar o significado metafórico e literal da água na nossa existência, este esforço artístico visa descobrir experiências humanas partilhadas que transcendem as divisões culturais.
A água, constituindo 60% do corpo humano, constitui a base da nossa existência física e evolução. Além disso, a água desempenha um papel fundamental em vários contextos culturais e históricos – desde o líquido amniótico que alimenta a vida no útero até ao simbolismo do baptismo que marca o renascimento espiritual. Baseando-se em conhecimentos científicos e referências históricas, “Paisagens Aquáticas de Pertença” procura iluminar o papel da água como força unificadora na nossa jornada partilhada de migração e adaptação.
1. Entrevistas e Instalação de Áudio: entrevistas feitas com habitantes locais, focadas em experiências pessoais entrelaçadas com temas relacionados à água, narrativas de nascimento, batismo e rituais diários. Após finalizadas as entrevistas, as mesmas, forma integradas numa evocativa instalação de áudio, criando uma experiência sonora para os espectadores. Tsantekidou utilizou cadeiras escolares comuns em recipientes simbólicos para contar histórias. Cada cadeira apresentou uma narrativa única de imigração, simbolizando a fluidez e a natureza transformadora da migração humana. Assim, o público envolveu-se diretamente após se sentar nestas cadeiras, ouvindo as histórias íntimas de habitantes locais e refletindo sobre a essência universal da resiliência humana.
2. Fotografia: Para completar a instalação sonora, a artista fotografou os entrevistados e criou dípticos (exibidos lado a lado) que justapõem imagens de partes de seus corpos (como mãos) com fotografias de solo ou areia debaixo d’água que compartilham um tom de cor semelhante ao de sua pele.
A intenção por trás dessas obras é transmitir visualmente um sentimento de pertença à Terra. Ao alinhar tons de pele humana com elementos naturais como solo ou areia submersa em água, o projeto enfatiza a ligação partilhada com a Terra, independentemente das nossas origens. A mensagem abrangente é de aceitação universal, destacando que todos pertencemos ao mesmo planeta e devemos ser abraçados e respeitados onde quer que um escolha estar. Esta abordagem artística visa promover a empatia, a unidade e a compreensão entre diversas culturas e origens.
Objetivos Artísticos:
– Iluminar o significado simbólico e literal da água na formação de experiências e identidades humanas.
– Promover a empatia e a compreensão, apresentando as narrativas transformadoras dos locais no contexto da água.
– Elevar a consciência do profundo papel da água como símbolo universal e força vital.
– Facilitar o diálogo inter-cultural sobre temas de integração e humanidade coletiva.
– Inspirar reflexão e conexão, convidando o público a mergulhar nas narrativas fluidas da existência humana.
Através de “Paisagens Aquáticas de Pertença”, um projeto que combina histórias com imagens e sons, a artista pretendeu fazer as pessoas pensar sobre como a água, e o desejo de pertença estão todos interligados. Este projeto mostra que, apesar das nossas diferentes culturas, todos partilhamos uma profunda ligação à água que nos une.