Registo integrado no projeto “Pedras Faladas: Memórias Geológicas de Bodiosa”, uma homenagem às pessoas concretas que estiveram e estão ligadas ao universo geológico desta freguesia do município de Viseu.
O estanho é um metal branco prateado, facilmente maleável, muito usado em baixelas e outros objetos de adorno. É um metal com um baixo ponto de fusão, sendo, por isso, utilizado em ligas como solda (solda macia ou solda branca). Resistente à corrosão, não se oxida facilmente no contacto com o ar, pelo que se usa como revestimento da chapa de ferro, na chamada “folha de Flandres”, como as latas dos enlatados para conservação de alimentos. O estanho é obtido principalmente do mineral cassiterite ou dióxido de estanho, o qual existe em Bodiosa, sendo normalmente separado de outros minerais – como o volfrâmio – nas fábricas separadoras da freguesia. O estanho é um dos metais mais antigos conhecidos e foi usado como um dos componentes do bronze desde a antiguidade.
As diversas fábricas de estanhos como a Grão Vasco em Vendas de Travanca produzem hoje toda uma série de peças de decoração, como fruteiras, castiçais, pratos, etc. feitas a partir de moldes em peltre, ou seja uma liga de estanho maleável e com baixo ponto de fusão tradicionalmente composta de 85-99% de estanho, misturado com cobre, antimónio e bismuto. Todo o processo de transformação é exemplificado neste registo: fazer a caixa do molde, virar a caixa do molde, apartar, tirar excessos de terra, furar a caixa do molde para fazer entrar o estanho, fundir o estanho, rebarbar, lixar e polir as peças obtidas.
Inquérito Etnográfico da Fábrica Estanhos Grão Vasco em Vendas de Travanca, Bodiosa a 24 de Março de 2015. Inquérito e Transcrição da Entrevista de Susana Rocha. Registo e Edição Audiovisual de Nely Ferreira.
Entrevistada: Demonstração das Várias Fases de Trabalho: [GL] Gonçalo Loureiro