RANCHO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DA ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA, CULTURAL E RECREATIVA RELVENSE
Rancho Folclórico e Etnográfico da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa RelvenseNely Ferreira2024-08-08T15:14:14+00:00
Relva é uma aldeia da freguesia das Monteiras, localizada num planalto a mais de 900 metros de altura, entre a serra do Montemuro e a serra de Leomil. É terra adequada ao centeio e à pastorícia de gado ovino, sendo que, dada a sua altitude, é caracterizada por longos invernos de frio e neve, os quais ao longo dos séculos tornaram as suas populações resilientes e com uma impressionante capacidade de adaptação às circunstâncias. Relva é também uma aldeia muito bairrista, conhecida pelos seus cantares ao desafio que ultrapassam as fronteiras do concelho e também por uma comunidade de atuais e antigos emigrantes (em Lisboa, na Suiça, etc.) que defendem com galhardia a sua terra. A Relva tem a particularidade de contar com um museu etnográfico privado, criado pela iniciativa do senhor Ilídio Magueja.
As origens do Rancho Folclórico e Etnográfico da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Relvense remontam a tempos em que a juventude se costumava juntar por alturas do São João em cortejos cujo objetivo era pedir esmola para o santo. Segundo o texto de apresentação do rancho, escrito pela Prof.ª Helena Magueja, “A mocidade, abundante nessa altura, desfilava pelas ruas da aldeia, em fila e em traje de festa, sendo que rapazes e raparigas se colocavam em formatura lado a lado, formando pares. Os moços ostentavam as notas no chapéu enquanto que as moças levavam as notas da esmola seguras com um alfinete ao peito da blusa.” O rancho começou oficialmente a sua atividade durante uma apresentação na feira anual da Senhora da Ouvida em 3 de agosto de 1978, tendo estado associado à Casa do Povo de Castro Daire entre 1978 e 1988 e, a partir de 1988, passou a estar integrado na Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Relvense.
Quanto aos trajes, o texto de apresentação do rancho refere a sua pouca exuberância cromática, em linha com a aridez da paisagem, o que é sinal de coerência etnográfica. Quanto às danças e cantares, o mesmo texto refere que “são humildes como as gentes que as dançam. As modas tradicionais são as cantigas de andar às modas ou seja as danças de roda, como a “Moda Nova”, “Anda lá para diante”, entre outras. O “Fado ao desafio” e a “Chula” são igualmente património cultural deste grupo de folclore.”