Brinquedos e BrincadeirasNely Ferreira2024-08-07T12:02:33+00:00
Ao longo de séculos, gerações de crianças das aldeias do concelho de Castro Daire interpretaram a vida, o sonho e o crescer em comum com a ajuda da memória e da matéria. Brincar significava não tanto passar o tempo, quanto entrar em rituais de passagem em que os brinquedos construídos, as lengalengas e as lendas constituíam mecanismos de ligação ao território, de conexão com as gerações anteriores e de aprendizagem da habilidade, da autonomia e do sentido de materialidade.
Este é um conjunto de entrevistas sobre jogos tradicionais da serra do Montemuro como o jogo da patela, o jogo da cavilha (jogado com dois simples pregos), o jogo da berrelha, do porco ou do nicho (algo como um hóquei ancestral e rural usando uns nichos no chão e uma pinha em vez de bola), o arco e a flecha, o pião, a piorra, o estoira balas (construído em madeira ou cana, servindo para o lançamento de pedras, caroços, etc.), as andas de madeira, o jogo da malha em madeira ou em metal, o jogo do botão, a bola de trapos para jogar futebol ou o jogo do rapa, tira, deixa e põe (usando um pequeno pião com as letras R, T, D, P inscritas nas suas quatro faces).