Após ter sido fiado em maçarocas, o linho precisa de ser transformado em meadas, sendo que, para tal, o fio é transposto para os braços de um sarilho, um instrumento de madeira na forma de cruz (com quatro braços) e de rotação vertical, acionado por uma pequena manivela, com um encaixe para a fixação do fuso, de onde sai o fio, o qual passa por um pequeno gancho na ponta do pé do sarilho, e é atado a um dos braços do sarilho, o qual irá ser feito rodar lentamente, criando assim a meada. À medida que o sarilho gira, a maçaroca diminui de tamanho, o fio enrola à volta dos braços do sarilho e a meada vai crescendo. Quando termina a maçaroca de um fuso, volta-se a colocar uma nova, atando-se à extremidade da anterior já ensarilhada e, assim sucessivamente, até se ter enrolado uma dezena de maçarocas, a que corresponde uma meada.
Antes de retirar a meada do sarilho faz-se o costal, que é um grupo de fios com que se ata todo o conjunto da meada, de forma a “não se perder o fio à meada”. O costal é composto por uma quantidade bastante de fios para suportar o peso da meada molhada durante o processo seguinte do branqueamento. Dá-se o nome de costelinha ao círculo que se faz com a ponta da meada. Quando se termina de ensarilhar, enrola-se e torce-se essa ponta em círculo, sendo por essa extremidade que se começará, mais tarde, a dobar. Por fim, retira-se a meada, separando os braços do sarilho dos suportes verticais.
Depois do branqueamento das meadas, procede-se à dobagem, ou seja a passagem do fio para novelos recorrendo a um instrumento apropriado, a dobadoira.
A dobadoira é constituída por duas cruzetas de rotação horizontal, dispostas paralelamente entre si e unidas em cada extremidade dos respectivos braços por um segmento vertical. Os quatro segmentos verticais destinados à disposição da meada são amovíveis para permitir um ajustamento dos mesmos às dimensões da meada a dobar. A dobadoira é, pois, o instrumento para transformar as meadas em novelo, quer as que vão dar origem à urdidura, quer as que vão fazer a trama do tear.
Dobar consiste em enrolar o fio que sai da meada, colocada previamente na dobadoira, numa bugalha de carvalho, mais concretamente na casca do bugalho, do qual se retira previamente a polpa. Um novelo bem dobado tem de estar apertado, para facilitar a tarefa de urdir a teia, sendo que se inicia o processo procurando a última ponta do fio externo da meada, puxando-o, fazendo assim rodar a dobadoira no sentido dos ponteiros do relógio. A meada vai minguando na dobadoira e o novelo vai crescendo dentro da mão.
Engrácia Casal ensarilhou as meadas Amália Oliveira dobou os novelos. Captação de imagem e som por Luís Costa a 08 de Novembro de 2017. Editado por Liliana Silva.