A emigração fez, desde muito cedo, parte da vida da família de Maria Emília Pinto, que residia em Oliveira de Sul, no concelho de São Pedro do Sul. Teria por volta dos seis anos quando o pai emigrou para França, onde permaneceu ainda durante bastante tempo, pelo que, tal como os irmãos, cresceu habituada a esta realidade. 

Naquela época, recorda, a “emigração era muito difícil” e a comunicação entre os pais fazia-se por carta. 

À alegria da chegada contrapunha-se a tristeza da partida do progenitor, lembra Maria Emília, garantindo que “o vínculo nunca se perdia”. 

Já a mãe, habituada a lidar sozinha com os filhos e a casa, era uma boa gestora e “trabalhava muito” para que nada faltasse. Por outro lado, o dinheiro que chegava do estrangeiro permitiu que a família investisse em terras, evitando assim ter de arrendar. 

Estes valores acabaram por passar de geração em geração, permanecendo até hoje.