Habituada a uma vida difícil, que a obrigou a ir para Lisboa, onde se fixou em Marvila, Silvina Soares fazia questão de poupar o que podia. Assim, os dez quilómetros que separavam a sua residência da fábrica de munições de armas ligeiras de Moscavide, onde trabalhava, eram percorridos diariamente a pé, amealhando os quatro escudos que iria gastar no autocarro.
Naquele tempo, em que uma posta de pargo custava 25 tostões e um molho de grelos 15 tostões, “era muito dinheiro”.
O valor que juntou permitiu-lhe comprar um terreno, que rentabilizou em dois anos, na altura já na Holanda, onde viveu até regressar à aldeia de Rompecilha, no concelho de São Pedro do Sul.