A Binaural/Nodar levou a cabo entre 2015 e 2018 uma longa investigação sobre o ciclo do linho na aldeia de Várzea de Calde (freguesia de Calde, município de Viseu), em estreita colaboração com o Museu do Linho de Várzea de Calde. Como resultado dessa investigação, co-financiada simultaneamente pelo Programa Viseu Cultura do Município de Viseu e pelo Programa Europa Criativa (rede Tramontana), foi publicado o livro bilíngue (português e inglês) “Várzea de Calde: Uma aldeia tecida a linho”, foi lançado o CD “Cancioneiro do linho e da vida rural” do Grupo Etnográfico de Várzea de Calde e foram efetuados dezenas de registos sonoros e audiovisuais, os quais fazem agora parte do Arquivo Digital Binaural Nodar e do Arquivo Viseu Rural 2.0 (http://www.viseururalmedia.org).
Em 7 de julho de 2017 foi gravada a fase de “desemborralhar” e lavar as meadas com senhoras da Cooperativa do Linho de Várzea de Calde. Captação de imagem e som de Luís Costa e edição de Liliana Silva.
No dia seguinte ao terem sido cozidas, as meadas de linho são “desemborralhadas”, ou seja, retiradas das panelas de ferro, tendo-se o cuidado de verificar que o costal está intacto e que as meadas não estão emaranhadas.
De seguida, colocam-se as meadas em canastras (cestos), as quais são transportadas pelas mulheres à cabeça até a um rio ou ribeiro de água bem corrente, onde as meadas são, sucessivas vezes, lavadas e batidas em pedras para amaciar o fio e tirar a sujidade decorrente da cozedura. Em Várzea de Calde, o lugar tradicionalmente usado para este processo é o rio Vouga, nas poldras, lugar de fronteira entre a freguesia de Calde e a freguesia de Lordosa. As pedras das poldras são ideais para bater as meadas, sendo que a elevada corrente de água que existe por entre as pedras das poldras é adequada para acelerar a lavagem das meadas.