Celso Rodrigues Pascoal nasceu em Ribafeita, em 1943. Apesar de ter passado parte da vida na Suíça, o amor à sua terra esteve sempre presente e falou mais alto quando, em 1990, regressou às origens, tendo abraçado a causa da Banda Filarmónica de Ribafeita, da qual é presidente da Direção.
A história da coletividade está ligada a duas famílias abastadas, de alcunha Carpetas e Sobraleiros, que se prontificaram a custear a aquisição dos primeiros instrumentos musicais. Foi, então, contratado, para maestro, um sargento músico reformado, de seu nome Manuel Rodrigues Fernandes e com a alcunha de Mestre Cristo.
“O sonho estava lançado e o projeto foi acolhido pela comunidade com muita satisfação”, nota Celso Pascoal.
Fundada a 29 de setembro de 1884, a Banda começou a ser requisitada para animar as romarias e as festas do povo e destacou-se pela sua qualidade musical. Ao longo da sua história, teve designações como Banda de Música de Ribafeita e Banda de Música Estrela da Beira, até ter assumido, a 19 de outubro de 1993, por instituição de associação e escritura pública, o nome de Banda Filarmónica de Ribafeita.
O grupo ensaiava em casas particulares, mas Celso Pascoal quis “incutir na banda um espírito associativo e competitivo”, pelo que comprou duas habitações contíguas em ruínas para as transformar na sede. “Com o apoio da Câmara na parte burocrática foi possível erguer as instalações próprias”, recorda o responsável. A inauguração teve lugar no 125º aniversário, a 11 de outubro de 2009, com o edifício a acolher a escola de música e o salão de ensaios.
Atualmente, a coletividade conta com 50 elementos no ativo, a maioria abaixo dos 30 anos, que chegam também das povoações vizinhas. Regida por Carlos Cardoso, a banda “tem conseguido renovar os seus músicos, fruto das duas escolas de música que tem em funcionamento” e apresenta um reportório variado, participando em procissões, concertos, arruadas e arraiais com diferentes géneros musicais.
Falando de vários nomes que deixaram a sua marca na filarmónica, o dirigente não tem dúvidas de que a banda tem procurado manter “um patamar de excelência”, destacando-se pelo “papel importante para a vida cultural de Ribafeita e da região”.