José Rodrigues integrou o grupo de sete elementos que constituíram o primeiro Conselho Diretivo dos Compartes de Rebordinho e Malhadouro, presidido por Celestino Lopes Tavares, em 1994, e que se pautou pelo espírito de união e pela vontade de trabalhar para o bem comum.

Embora o processo não tenha sido fácil, pois nem toda a população concordava ou aceitou bem a ideia, o sino tocou a rebate.

Após a legalização dos baldios, foi feita a limpeza dos terrenos e a venda de lotes de madeira de pinho para realizar algum dinheiro, que foi o pontapé de saída para a concretização de obras. Como exemplos dá a aquisição de “uma cisterna para combater os fogos e o Salão dos Compartes”, uma obra de referência.

“Mentalizar o povo era difícil”, mas a verdade, conta este habitante de Rebordinho, é que o surgimento de obra feita foi o suficiente para convencer os mais descrentes nesta forma de gestão do território.

José Rodrigues não tem dúvida de que o processo “está a correr bem” e “bem entregue”. “Ainda hoje não há consenso”, mas as reuniões já não são tão acesas como noutros tempos. O residente acredita que isso se deve ao bom trabalho e empreendedorismo da “malta nova e mais dinâmica” que assume a instituição, que tem “trabalhado bem e feito muitas obras”.

Com os olhos no futuro, gostava que outras realizações se concretizassem, nomeadamente a criação de uma creche e a contratação de um médico que pudesse vir uma vez por semana atender os utentes.

Entrevista realizada no âmbito do projeto “A Valorização dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro”.

Uma coprodução entre a Binaural Nodar e a Comunidade Local dos Baldios de Rebordinho e Malhadouro, com o apoio do Município de Vouzela e da Junta de Freguesia de Campia.