Num dia que poderia ser normal, Maria Ascensão Faustino desmaiou e foi transportada para o Centro de Saúde, onde foi atendida pelo médico de família, que a mandou fazer uma radiografia urgente. O diagnóstico não parecia ser animador e o clínico enviou-a para um especialista na área de otorrinolaringologia nas Caldas da Rainha. O acompanhamento seguiu para o médico Óscar Ferreira que a informou de que teria de ser sujeita a um tratamento que só fazia em último caso e que implicava estar a dormir durante três dias. Como tinha um bebé de meses, a ideia não era pacífica. Mas, perante o receio de nem sequer criar o filho e o facto de ser um prognóstico grave dadas as dificuldades em respirar, avançou.
E a verdade é que, após a intervenção, sentiu que a sua cabeça “já nem era a mesma” e as dores insuportáveis pareciam ficar no passado. Disse-lhe então o médico que o seu “tratamento passaria agora a ser de seis em seis meses nas termas”. As melhoras continuaram.
Entretanto seguiu-se um período de instabilidade e a estância esteve sete anos fechada. “A falta de tratamentos” levou a que os sintomas voltassem, o que obrigou a que tivesse de ser novamente operada.
De cada vez que a unidade termal encerrava, os problemas de Maria Ascensão voltavam a fazer-se notar e fazer tratamento longe de casa não era viável.
Assim, reconhece que as termas lhe “fazem muita falta”. “Só pelo alívio que tive das dores de cabeça, o sacrifício e o custo valem tudo”, sustenta.