José Carvalho, diretor técnico das Termas de Unhais da Serra, não esconde que esta é “uma velha paixão”. Aqui começou a trabalhar em 1984, ainda na estância antiga. “Conheço as velhas termas, austeras, pouco confortáveis, mas onde a frequência termal era intensa porque a fama das águas era amplamente conhecida, sobretudo na Zona Centro do país”, começa por contar, salientando que se habituou a “respeitar a paisagem granítica e a qualidade das águas que nasciam nas captações primitivas”.
Também neste campo, o responsável teve um papel importante, uma vez que acompanhou os “trabalhos de prospeção, pesquisa e captação na nascente do Cortiço”, que deu lugar a “captações modernas que hoje abastecem o magnífico complexo termal, que é o paradigma de modernidade em termos de oferta de turismo termal, no domínio clássico e de bem-estar”.
José Carvalho explica que a temperatura elevada da água “é-lhe dada pela circulação em profundidade, na ordem dos dois quilómetros”. O recurso hídrico, com “características intrínsecas e físico-química que o tornam num produto raro e de grande valor económico”, percorre a falha da Vilariça, e “ao encontrar rochas impermeáveis e fracturação perpendicular, emerge rapidamente”.