Lurdes Gouveia começou a trabalhar nas Termas de Monfortinho em 1979, onde teve a oportunidade de passar pela área dos tratamentos até transitar para a secretaria, onde assumiu a função de tesoureira.
O balneário, recorda, tinha alas feminina e masculina e o chão, em tijoleira antiga, devidamente encerada, quase espelhada, habituou-se a ser calcorreado por milhares de utentes que vinham á procura das afamadas águas milagrosas.
As cabines, essas, “eram muito engraçadas”, sendo o principal tratamento o banho de água corrente. As banheiras tinham dimensões tão generosas que chegavam a provocar receios nos aquistas, conta a antiga funcionária.
A segunda-feira era o dia mais forte, com mais de 200 consultas, ficando as inscrições perpetuadas no respetivo livro.
“Quando os aquistas chegavam, cansados e stressados, encontravam no pessoal o apoio para conversas que se prolongavam por horas”, lembra Lurdes Gouveia, notando que, durante a sua estadia “viam-se autênticos milagres”.
Mais tarde, o edifício foi sofrendo diversas obras e foram implementados novos tratamentos, que tornaram o balneário numa unidade de referência a nível nacional.