A cestaria representa um trabalho manual minucioso, em que através do enlaçar de plantas é possível criar peças únicas e carregadas de um valor imaterial. Assim é, há quase 60 anos, com Maria Natália Morais, habitante da aldeia de Barrô de Luso, nascida em 1936.
E o que começou com uma pequena ajuda para contribuir para um orçamento familiar debilitado – Natália Morais recebia10 escudos por cada 20 garrafões – transformou-se num negócio sério, com 24 empregados, que servia fábricas e caves da especialidade e que chegou a ser ensinado em escolas e lares.
Mas ainda antes da criação é necessário um processo moroso a preparar a matéria-prima, desde o seu cultivo, ao corte no mês de Outubro, descasque e secagem. “Na semana seguinte à Páscoa, quer seja em março ou abril, dá para tirar a casca”, garante a artesã, acrescentando que a verga pode ficar branca ou ser cozida numa panela ou numa vasilha grande, o que lhe confere o tom avermelhado que parece envernizado.
As varas são depois passadas na máquina de cinco ou seis escalas. A primeira fiada é desperdiçada, a segunda vai para fazer o fundo de garrafões, e as fitas seguintes já são de melhor qualidade, servindo para fazer asas, rebordos e outros pormenores que o brio dos artesãos permitir.
NODAR.01352 – Uma vida de cesteira nas Termas de Luso – Luso, MealhadaLuis Costa2022-11-26T17:18:38+00:00