O imponente Palácio do Marquês de Reriz remonta ao primeiro quartel do século XVIII, pela mão de D. Diogo Francisco de Almeida e Vasconcelos, um dos fundadores da Real Companhia dos Vinhos do Alto Douro. Exemplar da arquitetura barroca, destacam-se o desenho da planta em U, com uma colunata de capitéis dóricos no pátio interior, o desenvolvimento das longas fachadas num único plano, de decoração contida, mais exuberante apenas ao nível do andar nobre, o mais importante da casa. Na fachada principal realce para o portal onde figura o brasão de armas dos Almeidas – Almeida Azevedo e Almeida Vasconcelos, cujas linhagens se uniram, por casamento, no século XV, tendo resultado no nascimento de Diogo de Almeida Azevedo e Vasconcelos, 13º avô do actual proprietário, Diogo Vasconcelos.
A história do edifício encontra-se intimamente relacionada com a estadia da rainha D. Amélia, que aqui se hospedou, no final do século XIX, por três temporadas, enquanto frequentava as Termas de São Pedro do Sul.
A primeira vez aconteceu em 1894 e D. Amélia, segunda figura do reino, faz-se acompanhar com a Corte, criadagem e soldados de guarda, mantendo a sua agenda de visitas e festas. Na véspera da sua partida, o rei D. Carlos também pernoita na casa, saindo depois em direcção à Régua.
De forma a albergar a vasta comitiva, o Palácio sofreu algumas intervenções e conheceu um progressivo enriquecimento de património móvel, sendo designado por Paço Real de São Pedro do Sul. Já o seu proprietário recebeu, em 1895, o título de Marquês, como forma de agradecimento pela recepção e cedência da habitação, uma vez que, protocolarmente, a rainha assume o papel de anfitriã durante a sua estadia.
Conforme relata Diogo Vasconcelos, o Palácio acompanha também outros momentos importantes da história, como a luta pelo prestígio social e a mudança de regime com o triunfo da revolução liberal.